Horta comunitária em condomínios
27.05.2025
Sustentabilidade, saúde e mais conexão entre vizinhos.
Com o aumento da conscientização sobre a importância de cuidar do meio ambiente e de adotar hábitos alimentares mais saudáveis, cresce também o interesse por práticas sustentáveis no dia a dia. Uma dessas práticas é a criação de hortas comunitárias em condomínios — uma iniciativa simples, acessível e que traz diversos benefícios para os
moradores.
Neste conteúdo, você vai entender o que é uma horta comunitária, os seus benefícios e como implantar esse projeto no seu condomínio.
O que é uma horta comunitária?
Uma horta comunitária é um espaço coletivo destinado ao cultivo de alimentos — como ervas, temperos, legumes e hortaliças — em áreas comuns de um condomínio. O objetivo é promover o consumo de alimentos frescos e sem agrotóxicos, fortalecer o senso de comunidade e estimular hábitos mais saudáveis. Além disso, esse tipo de iniciativa estimula a colaboração entre os moradores, melhora o convívio e ainda valoriza o ambiente do condomínio.
Por que ter uma horta comunitária no condomínio?
A horta comunitária vai muito além do cultivo de alimentos. Veja alguns dos principais benefícios:
Estímulo à sustentabilidade
Produzir parte dos alimentos no próprio condomínio reduz o consumo de embalagens, o transporte e o uso de agrotóxicos, contribuindo diretamente para um planeta mais saudável.
Alimentação saudável e acessível
Os moradores têm acesso a alimentos frescos, naturais e livres de produtos químicos, incentivando uma alimentação mais nutritiva no dia a dia.
Fortalecimento da comunidade
O envolvimento dos condôminos na criação e manutenção da horta aproxima vizinhos e fortalece o sentimento de coletividade.
Redução do estresse
O contato com a terra e com as plantas tem efeitos terapêuticos e pode ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade.
Como implantar uma horta comunitária no condomínio?
A seguir, você confere um passo a passo para colocar essa ideia em prática:
1. Aprovação em assembleia
Antes de começar, é fundamental apresentar a proposta em assembleia e garantir o apoio da maioria dos condôminos. Como envolve o uso de área comum e pode gerar custos, essa etapa é essencial.
2. Escolha do local
O ideal é que a horta fique em um espaço que receba, no mínimo, 6 horas de luz solar direta por dia. Pode ser feita no solo, em vasos, canteiros ou até de forma vertical, em estruturas suspensas.
3. Preparo do solo
Utilize uma base com argila expandida, areia grossa e uma camada de composto orgânico, como húmus de minhoca ou adubo natural. Os moradores também podem contribuir separando restos de alimentos para compostagem.
4. Escolha das plantas
Comece com opções mais simples e fáceis de cuidar, como salsinha, cebolinha, hortelã, alecrim, manjericão e alface. Evite misturar espécies que não convivem bem no mesmo espaço — como hortelã com outras ervas, por exemplo.
5. Definição dos responsáveis
É importante definir quem será responsável pelos cuidados com a horta: pode ser uma comissão de moradores voluntários, a equipe de jardinagem do condomínio ou um revezamento organizado entre os condôminos.
6. Organização da colheita
A distribuição dos alimentos pode ser feita de forma igualitária entre os moradores ou liberada conforme a necessidade. O importante é que o processo seja combinado com antecedência para evitar conflitos.
Cuidados com a horta: manutenção e práticas sustentáveis
Para que a horta se desenvolva bem, é preciso seguir algumas boas práticas:
- Rega regular, preferencialmente no início da manhã ou fim da tarde;
- Retirada de ervas daninhas e limpeza frequente do espaço;
- Controle de pragas com soluções naturais, como o uso de tampinhas com cerveja para atrair lesmas e cochonilhas;
- Adubação orgânica a cada três meses;
- Rotação de culturas, para manter o solo saudável e evitar pragas recorrentes.
Dica de especialista
O engenheiro agrônomo Marcelo Noronha, especialista em hortas orgânicas, sugere separar as plantas conforme a necessidade de espaço:
- Mais profundas (vasos com +60cm): manjericão, alecrim, sálvia, pimentas, capim-cidreira.
- Menos profundas: cebolinha, salsinha, tomilho, orégano e hortelã (sempre sozinha no vaso, pois tende a se expandir demais).
Ele também reforça a importância de não exagerar na rega e garantir que os vasos tenham furos para o escoamento da água.
Ter uma horta comunitária no condomínio é uma excelente forma de integrar os moradores, cuidar do meio ambiente e melhorar a qualidade de vida de todos. Com um bom planejamento e engajamento da comunidade, é possível colher — literalmente — os frutos dessa iniciativa.